sábado, 31 de janeiro de 2009

Mamadice do dia



Não sei ao certo se chego atrasado ao fenómeno, mas esta Marli é a cena mais fora que vi no You Tube em muito tempo. Obrigado pela dica, N..

Macumba-rock, dizem-me. Ou a Bjork do vudu. A conferir a segunda hipótese no video de "Bertolina" (uma espécie de "Isobel" gore com violência doméstica) e no êxito "Um pouco de sensualidade".

Pink movie

Ontem, uma vez mais, a mão que escolhe o disco a levar no carro foi júri desse instante decisivo que antecede um serão delicado (chuva em Lisboa). E, uma vez mais, a mão optou pelo “Pinkerton” de Weezer.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Richard Harrison é a metadona com bigode e anda por aí um Rosebud dos filmes de ninja



Faltam-me as palavras para agradecer a Richard Harrison e ao histórico produtor Godfrey Ho todo o gozo que me dá ver os filmes que fabricaram num período de ouro para o "ninja exploitation". Em cima fica um exemplo desse legado, ainda que o meu preferido seja o "Ninja Dragão". Ninja com eyeliner ou preocupação anormal em ajustar o bigode não é um ninja qualquer.

A fixação por Richard Harrison começou com uma brincadeira de Verão: o "Ninja Dragão" estava à venda num café e eu e o meu primo decidimos comprá-lo como quem tenta recuperar a magia dos velhos tempos (o grosso qualitativo da minha juventude passou muito por filmes de ninja muito maus). Foi uma boa aposta, ainda que aquém de filmes lendários que eu gravava no Show T.V. e em canais alojados em satélites árabes. O meu Rosebud ainda hoje é um filme de ninjas em que um dos vilões tinha argolas no lugar das mãos. Além disso, havia uma cena com um tapete voador que lutava (a sério) e a mais patética combustão de dois ninjas que chocavam enquanto agarrados a cordas (ao subir um penhasco, creio). A verdade é que nos tempos de faculdade lancei um repto a especialistas vários em clubes de video americanos para que me ajudassem a encontrar essa jóia. Alguns manifestaram-se agradados pela vivacidade da descrição, mas confessavam que não faziam ideia de qual era. Eu adiantei que podia pagar bom dinheiro por esse filme (e estava mesmo disposto a isso). Nunca o encontrei. Morreu com a fita de uma cassete VHS. O meu primo diz que gravei um documentário sobre o "Last Action Hero" por cima. Isso só me deixa ainda mais triste.

No fundo, o Richard Harrison é a metadona com bigode grisalho.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Do “Higher Ground” até à “Dying Song” vai um grande trambulhão

Tenho escutado quantidades proibitivas de John Frusciante a solo e a frase repete-se infinitamente na cabeça:”Este gajo estava na merda.”

Era um pouco inútil desejar morte aos Pixies

Após ver o “LoudQuietLoud” e reparar no estado do baterista e da Kim Deal fiquei com a ideia de que, caso não tivesse havido a reunião assumidamente mercenária, o documentário poderia ser sobre os Pixies (em memória dos já finados) e não apenas sobre as digressões rentáveis.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Spice up your prime time

Ao rever hoje 4 minutos do filme das “Spice Girls” no Hollywood percebi que, agora que o mundo sabe do resultado dos implantes na Scary Spice, aquela merda parece ainda pior.

E o Óscar vai para… (um filme cujo título traduzido recuso mencionar)

Alegrou-me o facto dos responsáveis pela tradução de títulos de filmes em Portugal não se terem lembrado de traduzir “Milk” por “Leitinho”.

Uouuuuuuuu!





Rever ontem o Royal Rumble de 1992 (ganho pelo senhor retratado em cima) fez-me lembrar um pouco de como era ter 13 anos e consumir uma hora de televisão queimando apenas a quantidade mínima de neurónios.


Recuperei também algum do gosto por lutadores que não têm uma história ou adereço que os distinga. Parecem-se sempre especialmente toscos.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Afrodisíacos, desinibidores ou tudo aquilo que podia transformar o “Crash” num filme de pornografia rodoviária

Ainda que o pódio esteja sempre sujeito a variação, estas parecem-me as três músicas mais sexualmente intensas neste preciso momento:

“Slip it in” - Black Flag

“Ted, just admit it…” – Jane’s Addiction

“You Turn Me On” – Beat Happening

sábado, 24 de janeiro de 2009

Braço Picotado

Quem acha que o Spud do Trainspotting é um gajo muito mamado da cabeça devia ter estado comigo ontem no Braço de Prata.

Lucidez precoce na fila para uma caixa da Fnac

Ontem vi-me retido durante vários minutos numa caixa da Fnac quando a empregada achou estranha a discrepância entre o preço normal e o mínimo do Criterion que eu ia comprar. Eu sempre achei que preços mínimos era mesmo assim…

Enquanto se esperava, fez-se conversa entre a caixista e uma menina de 4 ou 5 anos que ali estava:

- Amorzinho, tens uns olhos muito bonitos…
- Posso ser muito bonita, mas demoro muito tempo a escolher (um disco das Just Girls em duas horas, ao que apurei).

Vai-te habituando, miúda, digo eu.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Encalhado entre as escadinhas do Rivoli e a pouca vontade de dar conversa aos mitras do Porto

Com o Fantas deste ano à espreita, é inevitável sentir o Porto a segredar-me ao ouvido quando tenho tempo para perspectivar os meses seguintes. As melhores noites que vivi de Fantas sucederam-se nas estreias de filmes desastrosos, que trato de vaiar assim que chegam ao fim. Não há como ser público-cobaia para uma cagada ibérica como o “Stranded”: produção da Antena 3 espanhola que se aventura pelo género de ficção-cientifica existencialista tendo como intérpretes o Joaquim de Almeida (ressacado), a Maria de Medeiros (literalmente perdida) e o Vincent Gallo (mão que embala a mais despropositada cena que sugere uma punheta acabada de acontecer). Todos fazem papel de astronautas. Não é todos os dias que se reúne um naipe com estas garantias. O filme é evidentemente mau e, talvez por consequência, profundamente obscuro (nunca o vi na TV ou em qualquer videoclube). Mas quando presenciado no Fantas, que o exibia em regime de ante-estreia semi-pomposa, o “Stranded” passa a ser um “happening” mórbido que força o abrandamento do público, que, tanto quanto me lembro, não parou de troçar aquela merda. Eu só pensava: é pá! E se a realizadora Luna está sentada entre nós? Bem… Esse é um mal a que todos os novos realizadores estão sujeitos quando apresentam os filmes num festival. O Panda recomenda o “Stranded (Naufragos)” como o filme “Pain and Love” (rubrica cunhada por Marc Bolan) desta semana. “Dor” pelo tédio que o filme provoca e “amor” porque não há como recusar um “troll” como este.

O post clubístico que honra um dos padrinhos espirituais desta casa

Ok, sejamos francos e acabemos já hoje com a medição de argumentos entre os 2 grandes e o outro.

O Porto tem o domínio do futebol nacional, e uns quantos picos internacionais, desde há demasiados anos.

O Sporting tem um urinol e um lobby betinho que mete nojo.

O Benfica tem o carinho e preferência do Panda Bear.

A discussão termina aí.

Ser benfiquista é ter na alma o refrão da “My Girls”.

As diferenças entre Bambaataa e DJ Premier

No fundo, é vaga e virtual a noção que tenho de como danças. O pouco que sei foi projectado com base em episódios verbalmente partilhados, entre outras trivialidades que nos distraem do compasso doloroso dos dias da semana. Eu, apesar de alguma inépcia, danço por natureza e por nunca saber ao certo em que altura a noite silencia o samba. Danço ao som da boa música e da má também. Só agora reparo que tenho os Vans descaradamente rotos.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

E notícia foi também... (o 100º post)

Neste dia histórico, mais importante do que a chegada do Obama à Casa Branca será a chegada do Meo à Casa Panda.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Kick, punch, cock

Espero não atraiçoar o segredo mantido por uma geração de aficionados e curiosos, mas acho sempre graça quando alguém recorda que “Karaté Sueco” era o nome de código para pornografia em VHS, partilhada no Secundário através de um sistema rotativo nem sempre claro em relação a onde parava cada cassete, de onde tinha partido e o porquê do aspecto que revelava ao trocar de mãos.

P.S.: Quicas, aquele filme da Rose, em que ela dizia “First You Gotta Smell The Rose.”, era muito mau: 3 ou 4 cambalhotas em hora e meia era o suficiente para lixar o vídeo todo com o Fast Forward.

Um Postal Virtual para Si (este post é spam emocional)

A altura em que eu tinha hora certa para regressar a casa foi curiosamente a mais dominada por um convívio aberto com alguns tóxicos. Tivesse eu direito a toda a noite e provavelmente não era tão sôfrego entre as 19 e as 23 (hora ideal para “A Grande Descida”). Isso interessa apenas para explicar o estado de semi-embriaguez em que me encontrava quando falámos do “Buffalo 66”, certamente, e do “Happiness”, creio. Clássicos indie de final da década de 90. De um modo perfeitamente gratuito, disseste-me “Amo-te.”, como se a noite e a “martelada” do Virtual ensurdecessem a palavra. Tinhas os olhos de um Papa Chango anoréctico. É óbvio que celebravas apenas a empatia em relação ao Vincent Gallo, tanto mais que o teu namorado até estava por perto e aquele não era o contexto adequado para equacionar sequer as consequências da palavra. Foi um pouco como em Barcelona, onde os amigos se beijam na boca quando se encontram além da meia-noite no Razz ou isso. As horas AM abreviam também o nome do tesouro que escondem. Ainda assim, nunca me esqueci de como foi bonito. Quase tão bonito como a noite em que praticamente vomitei para cima do Paulo Gonzo e da Sofia Aparício.

Considerações adicionais sobre a minha duradoura relação com o Lidl

Hoje comprei uns cereais “Master Crumble” que me deixaram com a ideia de que estava a comprar um box set de Manowar.

Quando estou diante da variedade de barras de cereais, é inevitável perguntar a mim mesmo:”Qual era aquela que comprei certa vez que tinha um ligeiro sabor a vómito?” Para evitar e não para comprar.

A “Concepition” de Chet Baker será muito provavelmente a melhor música que existe para escolher cogumelos frescos e pêra-rocha.

Pátria, família e plágio

Fico feliz por saber que vivi até ao dia em que será possível ver o Diogo Morgado a interpretar Salazar.

Fátima’s Milk

Tenho ideia de que alguns espectadores do talk-show “Fátima” terminam agora o programa com enorme vontade de ouvir o “Mother’s Milk” de Red Hot Chilli Peppers.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Em elevadores mal-cheirosos, em viajens de carro até ao Lidl, enquanto me preparo para sair

Canto a “I Fall In Love Too Easily” do Chet Baker como quem se exorciza da possibilidade de tropeçar na armadilha que é uma franja e alguma simpatia.

A massificação de audiências e os danos impostos no humor inconsciente

Ultimamente tenho reflectido mais sobre uma noção que me persegue desde há muito tempo: até que ponto certo programa ou vaga de filmes pode ser involuntariamente engraçado sem atrair uma consciencialização que o obrigue a ser muito mais planeado? Planeado de modo a satisfazer o público que o adoptou por encontrar ali palhaçada e autenticidade (que podem ser duas partes de um mesmo núcleo). É inevitável reparar que alguns formatos televisivos, pensados com a mínima seriedade, atraem um vaga inicial de culto quando, por uma ou outra razão, oferecem comédia sem ser esse o seu propósito original. A partir daí, é curioso pensar que a graça abandona o seu foco à medida que a produção do programa adequa o formato a um público maior que muitas vezes ali chegou ao interceptar o entusiasmo dos espectadores pioneiros que formaram a primeira vaga de culto. Mesmo que este encadeamento sugira algumas noções que podem roçar o ridículo, importa tentar imaginar como seria o médio prazo de um programa obscuro e hilariante, caso os seus primeiros seguidores não partilhassem o gosto por ele.

Neste caso, o melhor é exemplificar: o rei dos programas de culto da minha geração, “Made In Portugal”, é um caso saliente por ter permanecido geralmente imperturbável em relação à qualidade inferior de alguns dos telediscos exibidos. Se bem me recordo, o apresentador Carlos Ribeiro nunca sugeriu qualquer chacota ou arrogância quando deu tempo de antena a clássicos “trash” como “O Gorila” de Márcio Lee ou “Na Boquinha da Garrafa” do debochado colectivo Krypta. O primeiro teledisco, além de um refrão “maroto”, tinha como protagonista um gorila minimamente convincente filmado com notório amadorismo; o segundo roçava muitas vezes a indecência com imagens de uma bailarina (“raimunda”) seduzida pela forma fálica de uma garrafa. Ambos recuperavam alguma da desproporção monstruosa dos estúdios Toho em montagens que servem como precioso kitsch para quem as conseguir recuperar. Devem ser pérolas raras.

Há que louvar o “Made In Portugal”, um dos mais intocáveis tesouros da televisão portuguesa do último quarto de século, pela perseverança e firmeza demonstrada à medida que atraía o público mais interessado em observar as fragilidades dos telediscos caseiros, obtendo enorme gozo com isso (“Toxicodependente Recuperado” de Mário Jorge é outro caso espalhafatoso na apropriação que faz do drama provinciano do drogado que não consegue cortar com o passado). Não será fácil respeitar uma significante falange de público que assistia ao programa para ficar a par das novidades no terreno da canção popular portuguesa e, ao mesmo tempo, manter a seriedade enquanto se anuncia a passagem do teledisco “Praia do Nudismo” ou o tardio hino de emigrante, “Tá qui tá qui, tá lá” (os nomes podem não estar exactamente correctos). “Made In Portugal” manteve-se na grelha da RTP durante temporadas várias sem alienar os vários públicos. É quase único nessa façanha.

Mais tarde, a longa mutação sofrida pelo programa “N Amadores” (exibido na extinta NTV) ilustra perfeitamente a influência que uma adesão massiva de público pode ter na linha editorial da tal hora de televisão. Antes de ser um fenómeno, o “N Amadores” era um magazine – orientado por uma ética jornalística - dedicado aos escalões amadores de futebol, o que muitas vezes equivalia a reportagens sobre derbis de dimensão regional e o apanhado cru das eventualidades desses (não há como esquecer o riso medicinal provocado por alguns festejos de golo únicos – acenar a bandeirola de canta - e outras tantas batalhas campais). O meu caro amigo Miguel Gomes discorda desta minha perspectiva, que aponta o “N Amadores” como programa de vocação séria, argumentado que já nessa altura o magazine explorava a margem humorística proporcionada pela pobreza dos jogos e estádios retratados e pela riqueza vernacular das “lendas locais” que eram entrevistadas entre os lances decisivos. Diria, aceitando um meio-termo, que o “N Amadores” nesse momento era já um programa rendido ao que o público esperava dele (mais “cromos” entregues a solilóquios delirantes, mais histórias de balneário, uma apreciação mais abrangente do pequeno Portugal que servia de contexto a desafios muito fraquinhos). É fácil constatar que, quando mereceu o nome de “Liga dos Últimos” e, mais tarde, a apresentação “descontraída” de Álvaro Costa, o formato estava já perfeitamente enquadrado no aproveitamento máximo seu rendimento cómico, com as entrevistas sucessivas ao Capitão Moura e tudo mais. Inteligentemente, a própria RTP soube acentuar os contrastes ao colocar o programa “N Amadores” logo após o magazine da “Liga dos Campeões” (apresentado por uma das mais bonitas e exóticas figuras da televisão portuguesa actual).

Numa ala diferente, mais receptiva a integrar a ficção, encontram-se casos marcantes como “Nunca Digas Banzai” (Jogos Sem Fronteiras com um twist masoquista), que a SIC dos primeiros tempos tratou de aproveitar como veículo para fazer humor com alguns nomes actuais (os concorrentes japoneses eram entrevistados como ministros e celebridades do nosso país). O “Takeshi’s Castle”, nome original da série, inverte um pouco a tendência mencionada no título do post e coloca a SIC no lugar de quem aproveita antecipadamente o potencial patético do programa mesmo antes do público se pronunciar. Não é muito definida a minha ideia dos primeiros tempos de “Banzai”, mas calculo que tenha já nascido entregue a um total carnaval de referências trocistas.

Aproveitando “Banzai” como ponte para o cinema de artes marciais, não há como deixar de fora a quantidade industrial de paródias que se fazem hoje orientadas no sentido de satirizar alguns filmes de porrada produzidos na Ásia com orçamentos reduzidos. Atente-se, por exemplo, a “Kung Pao”, “O Panda do Kung-Fu” (popular à escala global) ou ao híbrido “Shaolin Soccer” (que explora uma premissa pretensamente séria – a luta do bem contra o mal -, embora arruinada por um exagero grotesco): todos repescam alguns dos traços dos filmes de artes marciais, ampliando o factor mais ridículo ou carinhosamente estúpido de cada um desses. Muitas vezes sem a perspicácia sublime dos Monty Python, que subvertem todo o imaginário das Cruzadas no “Holy Grail”. Será de enorme dificuldade tentar criar um índice de popularidade que avalie os filmes de Ninja mais apreciados por um público maior (a série simplesmente intitulada “Ninja” é um bom ponto de partida), mas a soma dos casos isolados, que manifestam gosto pela parvoíce e debilidade de um filme de Ninjas, formam uma vontade e um ideário de humor que abre depois uma oportunidade a ser explorada pelos grandes estúdios. O “exploitation” gera “exploitation”, e acabam por ser produções quase irrelevantes como “Ninja Dragão” (jóia da coroa Godfrey Ho e favorito meu que pode ser sondado aqui: http://www.youtube.com/watch?v=WNzFHSVqur8) a servir gigantes de popularidade como “Kung Pao” e outros. O público, fragmentado em mil, adere ao produto original e, depois unido, à paródia que sumariza o conjunto de filmes autênticos. Dá que pensar.

Hoje, a Benfica TV vai tentando explorar um terreno fronteiriço (entre o imbecil e o desportivamente relevante) com os jogos relatados por José Carlos Soares (jornalista de declarada vocação sensacionalista desde os tempos do OVNI “Bombástico”). Enquanto o público não se converte totalmente ao quase-ridiculo das transmissões dominadas por imagens dos comentadores, do público e dos bancos de ambas as equipas, vai passando impune essa pobreza de hora e meia sem o clímax do jogo que deve ser as grande jogadas e os golos. A Benfica TV, nos jogos em que não está autorizada a filmar o relvado, abre espaço para os apreciadores do estilo espontâneo e corriqueiro de José Carlos Soares até à altura em que for firme a noção nacional de que algo de inacreditavelmente estúpido por ali se passa. Quando assim for, vai ser tarde demais para testemunhar a verdade apatetada que hoje abunda nas transmissões “marginais” dos jogos na Benfica TV. A massificação do público aniquilará o riso sincero.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Não te metas nessas barafundas polacas. Dorme comigo esta noite, Laura Dern.

Pior do que não saber por onde alguém amado é combinar essa incógnita com filmes do David Lynch na RTP2.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Rewind, Button, rewind!

Sim, toda a gente parece já saber que o “Estranho Caso de Benjamim Button” é basicamente o “Forrest Gump” invertido. As semelhanças são tantas que eu teria de mudar o nome do meu blog se as nomeasse a todas. A narração também é decalcada ao “Titanic”. Bem, à parte do encadeamento de cenas cliché para Academia ver, o filme é muito chato e esgota-se em 35 minutos. Em certas alturas, o conceito quase parece pertencer a uma das três histórias num episódio de Halloween d’ Os Simpsons onde vale tudo. No “Benjamin Button” quase nada vale. Na verdade, achei a Cate Blanchett mais bonita do que o habitual. Uma vez mais volto para a casa com a sensação de que fui aldrabado e com as propostas habituais para reflexão à consideração de mais um filme muito bera. Passo a expor:

- Eu até acho que o Brad Pitt fica muito bem a imitar o Steven McQueen nas cenas em que anda de mota, mas o filme não inclui cenas de sexo porque a nudez do Brad Pitt seria sempre pretexto fatal para eclipsar toda a relevância daquele e de qualquer filme? É o código de interesse da impressa cor-de-rosa que agora dita a edição dos filmes?

- Será que o filme resultaria muito pior se fosse realizado pelo Ron Howard e protagonizado pelo John Travolta, como chegou a estar planeado? Fosse assim e a pastelice não surpreenderia assim tanto…

- Os primeiros filmes do David Fincher assim eram – energéticos e rebeldes – só por efeito da tesão do mijo? Não era este gajo que há uns anos ia realizar uns filmes de porno gay? Antes fosse…

- Um cameo do Maddox não era crucial para tornar esmagadora a pretensão de “tearjerker” desta merda?

- A fórmula para atrair Óscares tem de passar sempre pela equação Três Actores Britânicos + Um Consagrado Americano?

- Ninguém se lembrou de um Michael Caine a inalar éter sofregamente e a repetir muito solenemente “Good Night, Benjamin.” , “Good Night, Daisy.”? As cenas do relâmpago não são directamente decalcadas ao “Magnolia”? Não é o mais preguiçoso mecanismo de “comic relief” que viram num filme nos últimos três anos?

- É normal um filme encadear um reencontro entre os protagonistas amorosos passando, em 3 minutos, de um “Olá, tudo bem? Bora jantar.” a uma dança em que ela praticamente suplica por ser pinocada enquanto dança junto à fonte? Aquele Capitão Mike não era o Gary Sinise com tatuagens? O personagem da Tilda Switon não é estupidamente unidimensional? Toda a proporção Michael Bay da cena do submarino não é perfeitamente ridícula? Foda-se, o Brad Pitt não tem melhor que fazer em casa?

- Pontos também para a metade masculina do casal que, na fila de trás, honrava o começo das cenas mais quentes (dois beijos e uma porta fechada) com um “Ai Jesus!” ou o choque por parte da Daisy ao reencontrar o Benjamin mais novo com um “Agora é que ela se passa…”. Obrigado por esse Comentário do Casal. Tornou menos dolorosas as últimas duas horas de filme.

P.S.: Acredito que a Lusomundo tenha também os seus limites de orçamento, mas misturar venda de pipocas com a venda de bilhetes é coisa que nunca se viu. São absurdos os 10 minutos de fila para ir levantar bilhetes, quando perdidos atrás de uma família de betos indecisos entre Sprite e Coca-Cola zero.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Dez para o meio-dia

Não sei ao certo o que se passa comigo, mas hoje, a caminho de casa na hora do almoço, dei por mim a tentar encontrar a melhor conclusão em rima para a frase "A cada vez que o Charles Bronson se apaixona..." e terminava quase sempre da mesma maneira.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Tinhas-me assim que puxaste desse cigarro com a pinta arrogante de quem me vai roubar o sono durante uma quantidade indesejável de noites

Gosto muito daquelas cenas nos filmes em que uma sonsa tipo Renée Zellwegger ou Reese Witherspon confortam o espalhafatoso herói romântico com um:

“You had me as soon as you talked about your cat.”
“You had me at that trick with the donuts.”

Ou seja, estava rendida ao teu charme assim que me alcançaste a chave do carro depois de cair no chão, como frase de recurso para rematar um mal-entendido em que o trapalhão acaba por questionar se não estaria agora condenado na aspiração de interagir amigavelmente com a sonsa e – quem sabe? – ir às compras numa mercearia sem nada de essencial.

Bem sei que não é muito original o feitiço que me afecta, mas, em cada um dos últimos três filmes do Woody Allen com a Scarlett Johansson, ela tinha-me assim que surge em cena. Eu não estava assim tão preparado para gostar do “Scoop” (o Hugh Jackman afasta-me de qualquer filme excepto o “X-Men”), mas aquela pose de jornalista ingénua teve-me em instantes. O narrador fala no “Vicky Cristina Barcelona” e aquilo parece-me muito “Morgan Freeman”, mas a Cristina tem-me logo a caminho da Catalunha (e depois ainda mais quando instrui o Juan em relação ao que deve fazer quando ela entrar no quarto).

É a banal verdade que me persegue: a Scarlett tem-me.

Os piores pensos do mercado

Hoje, quando afundava um pacote de batatas fritas no lixo, cortei o polegar direito numa lata de atum. Só depois fui confrontado com o drama de estancar o sangue com uns pensos rápidos do Pingo Doce (finíssimos) que, por minha vontade, podiam até ser o pretexto para inundar a DECO de cartas. Os pensos não serviam para nada. Eram difíceis de abrir, deslocavam-se as duas partes, não colavam ao dedo, eram feios. Resumidamente, o mais defeituoso dos produtos com que tive de me servir em muito tempo (o que até me surpreende, porque o bacalhau ultra-congelado e as barras muesli da mesma marca são de óptima qualidade). Estraguei 3 até me render a um guardanapo de cozinha. Parecia um sketch de Monty Python com um cheirinho gore.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Back Burner (sim, sim)

É por já não ter quaisquer dúvidas em relação a esta suspeita que o afirmo: o Mark Lanegan no dueto “Back Burner”, cantado com a Isobel Campbell no disco “Sunday at Devil Dirt”, assume um discurso pouco subtil no que toca à tentativa de persuadir a sua presa a alinhar em sexo anal (mais ou menos meiguinho). A partir daqui, eu sou um Panda mais confuso em relação ao real significado do nome Screaming Trees, da mesma maneira que sou um animal mais seguro em relação a que maus hábitos levaram a que a Isobel se afastasse dos Belle & Sebastian. Não há lugar para tal pecado nessa academia escocesa. A própria repetição do “Back Burner, Back Burner” por um coro de sereias bem servidas aponta descaradamente para esta teoria. O homem quando rosnou “Life is the study of dying, how to do it right” devia já estar a sonhar com o céu e as cem virgens que o esperavam. Só posso concluir que o Mark Lanegan é islâmico. O meu raciocínio é um cubo de Rubik depois de psicanalisar esta merda.

Algures fui ainda mais longe na minha digressão. Too hot for Panda.

O melhor é ouvir a música ou, pelo menos, ler aqui a letra: http://www.songmeanings.net/songs/view/3530822107858714141/

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

No Flashlight

O ultimo de Mount Eerie é assim: