domingo, 28 de junho de 2009

Breve apreciação do filme “Henry & June”

Vi finalmente aquele que é suposto ser um retrato convincente do escritor Henry Miller a partir da perspectiva da devassa Anaïs Nin. Diria que é uma tentativa ambiciosa e uma execução falhada. A nossa Maria de Medeiros, no papel de Anaïs Nin, vive fascinada pelas experiências, muitas delas proporcionadas por Henry Miller, e rebola durante dois terços do filme. Atraiçoado pela falsa certeza de que figuras interessantes formam inevitavelmente uma história igualmente interessante, o filme passa ao lado da profundidade essencial, com um sem número de cenas confusas e troca de parceiros só porque sim. Quando a duração marca os 75 minutos, a sensibilidade está desgastada ao ponto de já não querer saber quem come quem ou quem sofre com isso. Em 1990, as suas sequências mais quentes (Maria de Medeiro fica bem de rendas) valeram-lhe uns sarilhos com a censura britânica. Hoje tudo isso parece obsoleto.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Reacções a quente ao filme “Orfeu Negro”

O amor era muito mais bonito antes das novas tecnologias.

No filme, quem não acerta no amor, dançou.

A Mira é fogosa e representativa de algum histerismo que associo a brasileiras de alta-manutenção.

A fantasia do protagonista Orfeu é pouco menos que ridícula.

Mais do que uma vez, apetece calar os putos com um bom par de estalos.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Aquele instante de cortar à faca

Quem deixar passar a "Heartbeats" de Knife como música-empurrão para se lançar nessa noite, bem pode acabar a bebida e voltar sozinho para casa. Já não há nada a fazer.

Psicadelismo em canal aberto



Depois de rever o Elias e o Horácio, eu não me admiro nada de que eu e grande parte dos amigos da minha idade tenhamos parte da cabeça danificada / queimada. Diria que a geração nascida nos anos 70 foi a última a ter contacto directo e familiar com tão evidente conteúdo psicadélico. Esse contacto só viria a ser restabelecido com o início da Baby TV.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Panda recupera obscuridades arcade - Peek-a-boo! (ou o Panda não faz quase mais nada ultimamente)



O "Peek-a-boo!" é um clone exagerado do "Arkanoid" com a novidade de democratizar um pouco as coisas no reino dos jogos de "ganha e despe".

O modelo é parecido com o Tom Selleck, mas chamam-lhe Daniel.

Quem conhece a fórmula, sabe bem onde isto acaba.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Free Pocket Gal!



Foram necessários mais de 20 anos para descobrir então o que dizia a boneca do Pocket Gal. Diz que esta noite está livre.

(como se percebe, a versão World é um pouco mais púdica)

domingo, 14 de junho de 2009

Fantasia para “Ambulance” dos Blur

Fazem-nas apertadas para que não nos possamos afastar. O soro da tua voz só me pode fazer bem durante uma viagem que aconselha repouso. E quando as portas ficam fechadas e o computador de bordo consente a ignição, ninguém vai a parte alguma durante a próxima hora e meia. Desmarcados da merda que passa na televisão, é inevitável encaixarmos com outra eficácia. Falamos então em rima rica. À vez, o mais natural dos rituais leva a que cada um cante o que sente ou pronuncie a melodia da ocasião.

O eixo Norte-Sul (e a Circunvalação) conhece destas coisas: gente que jurou afecto para a vida com aquelas coisas que só se dizem sobre rodas. Assim retardamos a chegada ao hospital.

Não tenho nada a recear, porque te adoro.

sábado, 13 de junho de 2009

Marcha do Panda Minimalista

Lá vai o Panda,
Gingão e minimalista,
Fazendo deste blog,
Uma vaidosa revista.

Panda faz pandam,
Com posts de bizarria,
Papa Menino d’ ouro,
E alguma pornografia.

Um manjerico vou deixar,
Ao meu panda mais querido,
E também quem sabe,
Um comentário bem atrevido.

Lá vai o Panda,
Minimalista e gingão,
Bem sei que a Sasha Grey,
É quem mais aquece o seu coração.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Let's Talk About Sasha II



É bem provável que tenha chegado tarde ao debate, mas há qualquer coisa de inquietante neste video. Um vídeo de You Tube utilizado como propaganda moral do pior (aliando o puritanismo pindérico da Tyra e uma série de pop-ups perfeitamente manipuladores). Eu nem sabia que existia tal coisa no infinito web.

É engraçado como a correcção moral imposta no vídeo acaba por ser muito mais condenável do que tudo aquilo que já sabemos ser próprio da pornografia há mais de 30 anos (com menos ou mais extremos, sujeito a esta ou àquela variante). Alheia aos tempos, a América das donas de casa (motivada por afro-americanas de sucesso) continua a perseguir o mais eficaz entretenimento dos maridos, que também merecem a sua fatia de fantasia. É uma conspiração muito engraçada, de parte a parte.

A menos que a alma seja completamente imaculada, é impossível não torcer pela Sasha Grey neste épico de porte Larry Flint contra o mundo (é aconselhável ver as 4 partes da entrevista, apesar da 3º e 4º serem um pouco saloias). No fundo, a internet devia ter vergonha de encostar à parede a indústria que foi praticamente a incubadora de tudo o que expandiu o meio.

O Marylin Manson é um menino em comparação com esta Sasha.

Let's Talk about Sasha




Com 21 anos apenas, Sasha Grey é capaz de ser a mais perigosa pensadora em acção na cultura popular dos Estados Unidos de hoje.

Recordar Dino Meira



Não sei bem porquê, mas acho que o Ron Howard devia pegar neste argumento com o Jon Voigt no papel de homem de branco e o Tom Hanks no papel de investigador de longo alcance. O título pode ser “Homens de branco & homens de negro”.



Eu diria que é o primeiro video de paraperformance de toda a história da música.

Motim na Rua do Crucifixo



Lisboa fica muito mais vaga nos feriados que levam as pessoas para a província ou para o sul do país. Ontem, dia 10 de Junho, a cidade estava perfeita para passear de carro e aproveitar um bocado. Comprei o “Riot On An Empty Street” dos Kings of Convenience para oferecer a alguém. É um óptimo disco mariquinhas e condiz com um dia agradável.

Arranquei as etiquetas de preço quando estava sentado no carro estacionado na Rua do Crucifixo, junto às escadinhas. Do alto do Chiado vinham barulhos de uma grande manifestação de alguém claramente irado, mas a Rua do Crucifixo não podia estar mais serena, como paragem para alguns turistas e gente que se encontra ali perto da boca do metro. Riot On An Empty Street. Nessa altura, fez todo o sentido.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O flyer mais medonho



Este flyer anunciava espectáculos para putos: contos interactivos e palhaçada.

Eu até entendo as limitações dos designers que fazem estas merdas, mas será possível disparar tão ao lado? O palhaço é completamente sinistro. Qual é a Escola que contrata os serviços de uma profissional que parece representar um cartel de droga sul-americano ou um qualquer partido extremista?

Apesar das palavras escritas, o flyer promove muito as aparências. Neste caso, a de alguém que parece a versão feminina do Suge Knight (provavelmente pronta para rachar os dentes de alguém contra a calçada).

A imagem fala por si. Não sei explicar bem porquê, mas diverte-me e entristece-me conforme o tempo. Creio que voltarei a ela para perceber qual é a minha disposição em dias de maior indecisão.