sexta-feira, 13 de março de 2009

Viação é a nova erecção

Acho que só ontem vi a versão não-censurada do muito badalado “Crash” do Cronenberg. Se bem me lembro, quando o vi em VHS há 10 anos, o filme não fazia muito sentido. Isto porque o “Crash” sem sexo é um bocado como um resumo alargado de um jogo de futebol sem os golos. Com tudo no seu lugar, o filme deixa de ser um exercício sobre a angústia e passa a ser a visão aprofundada de uma teia de psicoses e fetiches.

A versão não-censurada tem outras recompensas: a Deborah Kara Unger desempenha muito provavelmente um dos personagens mais fodíveis de toda a história do cinema. É pena passar tanto tempo afastada de grandes autores. Era uma presença muito capaz de salvar muitos dos filmes chatos que tenho visto.

Pegar num carro um dia depois de ver o “Crash” tem também os seus efeitos. Uma pessoa acelera acima dos 130 km / h e sente-se um tarado sexual. Vê-se sinais de acidente na estrada e é inevitável pensar:”Se o Vaughan estivesse aqui, já estava a deitar a mão às calças.”

Com e sem cortes, são dois filmes completamente diferentes.

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