sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Out of the ground, into the sky / Out of the sky, into the dirt

Sou obrigado a amar com uma intensidade diferente o familiar que me proporciona um diálogo como este que se segue.

Passados 3 minutos de uma boleia que me levaria até ao stand da Citroen, para ir buscar o meu carro, parámos no Seixal para que o meu tio fosse entregar umas cartas.

À janela, reparei que o céu não era completamente limpo porque pairava por ali uma nuvem excepcionalmente bonita e com uns contornos diferentes. Divaguei e fui estabelecendo semelhanças entre a nuvem e várias coisas: um ciclone de algodão, um óvni (e o cliché disso), uma parabólica. Decidi-me entretanto por um bico de águia apontado ao céu (ainda inspirado pelo golo em Berlim, talvez).

O meu tio voltou ao carro e chamei-lhe a atenção para a nuvem. Ninguém mais no mundo poderia ser tão implacável na razia das minhas merdices até aí armazenadas.
- É uma nuvem do frio. E esta noite vem aí um frio que até fode…

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Errata

Estava errado o post em que eu previa que a menina Vanessa Palma da "Roda da Sorte" muito mais depressa posaria para uma revista masculina do que o Herman se reformaria. Ao que parece, isso já aconteceu em Agosto deste ano, o que só prova como sou geralmente desatento em relação a essas publicações.

Corte clássico

Certas vezes, uma pessoa é obrigada a ficar satisfeita mesmo quando contrariada. Nos últimos dois anos ou isso tenho cortado o cabelo no P. e é frequente pedir para cortar uns 2 ou 3 dedos. Para ficar com uma touca para o Inverno, disse eu desta vez. Ele avisa Eu vou cortando até achares que está bom. Acontece que depois começamos a falar de bola muito entusiasmados e dou por mim com o cabelo muito mais curto do que desejaria. É ainda assim o melhor corte de cabelo de que lembro (excepcionando talvez um corte de cabelo mais distante no tempo, mas igualmente presente na memória pela tradição tailandesa do mesmo).

A formação de barbeiro do P. é essencialmente militar, tanto quanto sei. E onde moro ele é lenda entre o pessoal da minha idade pela maneira como fazia frente aos bófias na mocada e um pouco também por ter sido front-man de bandas de metal que fizeram história nas traseiras do Secundário onde estudei. A verdade é que um gajo distrai-se enquanto fala e eu consinto na boa um corte “à tropa” quando ali vou. É agradável saber que são mínimos os índices de poseur em mim quando prefiro uma boa lição de bola a um penteado tão evidentemente nerd como eu desejava.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O fiasco de uma mosca que tentou fazer uma cover livre de Radiohead na minha mesa de jantar

Matei hoje uma mosca que, na sua útlima cambalhota, aterrou num limão. Olhei para o seu corpo esmagado e pareceu dizer-me:"Tonight I died sucking a lemon".

Um deserto deixa de o ser com um oásis por perto

(este post era e depois deixou de o ser no conteúdo, e passou apenas a ser o seu título)

A subversiva arte de confundir um Gojira com um Patton

Encaro com optimismo o facto dos putos marcharem muitas vezes ao meu lado voluntariamente, quando me vêm passar. Acredito que isso possa triplicar ou quadruplicar o valor da minha reforma no futuro.

Salmãocídio

Ultimamente tenho comido tanto e tão variado salmão que é bem provável que a minha fotografia surja no canto superior direito do noticiário numa próxima vez em que se falar da extinção do salmão.

Sexo tântrico explicado numa fila para a caixa do Lidl

Acho perfeitamente cruel que os preservativos Control distingam as pessoas com uma variedade “Retard”. Qual é o problema?!

Vou fazer por acreditar que foi o Sting que propôs o modelo à Control.

“Objectivo: mais água no poço que secou na terça-feira”

Fico fascinado com os álbuns do Tintin escritos com caracteres de línguas asiáticas. Disse-me um pássaro à janela que o Tintin em mandarim costuma até sair em edição limitada. Isso empolga-me, mesmo que não me passe pela cabeça gastar dinheiro com tal coisa (a Criterion tem um catálogo demasiado interessante). Sou capaz de mudar de ideias se alguém um dia se lembrar de lançar um Tintin escrito em Minderico. Eu desembolsava uns quantos euros por um álbum com o título “A cigarrilha secreta que o Pároco trocou por uns míseros tapetes”. É óbvio que nenhum título da série tem essa extensão, mas os sonhos triviais ainda não são taxados.

Interpretação sumária do apetite sanguinário do Leatherface

Caminhava eu de camisa aberta e com ar de noivo desgraçado, perto de um posto de abastecimento perto do Campo Pequeno, quando se fez luz sobre uma ideia que eu já vinha a alimentar há algum tempo.

Toda a fome de matança que o Leatherface manifesta no “Massacre no Texas” parte do facto de ele não ter um “date” que o acompanhe até a um restaurante ou a uma feira de diversões. A certa altura, ele veste até um fato elegante que, se esquecermos os tecidos que lhe cobrem o rosto, parece até sinal de alguém charmoso e capaz de participar numa noite divertida. A família corrompeu-o e teve ainda por cima o azar de não ter um “date” que, na altura certa, justificasse o facto de ele ter vestido aquele fato. É muito mau isso.

Síndrome da pulga-do-mar

Por que raio de motivo o Flea aparece agora em todos os documentários musicais que vou ver desprevenido disso? E ainda por cima a curtir na praia sem qualquer preocupação na vida além do estado dos seus dentes…

Não é tortura suficiente lembrar-me de que tem uma vida bem melhor que a minha a cada vez que oiço a mesma merda de singles recentes de Red Hot Chilli Peppers na rádio enquanto trabalho?!

Desinfesta-me a loja.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Questão no post-it mental 3453#

Por que motivo compro frascos de azeitonas com pimento se depois não os consigo abrir?

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Foi quase um acidente eu ter publicado este post...

Pelos vistos esta famosa portuguesa foi roubada, ou seja, roubaram-lhe o telemovel onde tinha algumas fotos comprometedoras. Esta jovem portuguesa famosa aparece nas fotos na praia em biquini e tambem mostra os seios, está quase nua.


Mantenho o anonimato da visada e do autor online das palavras em itálico (o Google não), mas, mesmo assim, friso o tom hilariantemente cândido de quem expõe uma celebridade no seu blog, como quem anuncia as casualidades de um acidente no qual não teve qualquer culpa. Muito informativo, muito Albarran. Ou seja, escreve-se um pequeno texto, escolhe-se a melhor ordem para as fotos, mas tudo isso como se movido por uma força divina que obriga à publicação nada ética, contudo inevitável. A culpa é do ladrão e do cabo USB. Ele é apenas agente do que compromete.

(...) está quase nua.

Sim, ela e a tua consciência.

sábado, 11 de outubro de 2008

A Piadinha que se espera do Ron Jeremias

O que diz um grande industrial do porno americano aos Serviços Alfandegários do Aeroporto de Budapeste, ao chegar à cidade para se impor num mercado igualmente concorrido?

- Porn in the USA! I was Porn in the USA.

Tempo para arrancar milho dos dentes

Ontem fui ao cinema com a selecção clássica de amigos para ver o “Destruir depois de ler”, o novo dos Coen que vale a pena nem que seja por um par de gags bombásticos e por ser mais um bom capítulo na enciclopédia que os irmãos vão escrevendo sobre a ciência dos “loosers” (como o M. frisou à saída, não existem “loosers” como estes).

Curiosamente, o momento de maior non-sense no filme é mesmo o intervalo de 7 minutos que a Lusomundo decide instalar num filme que dura pouco menos de hora e meia, com a agravante de, durante o mesmo, ser exibida uma trailer do novo James Bond (que, à partida, me parece tão merdoso como todos os outros), o que quebra toda a continuidade e ambiente dos primeiros 45 minutos do filme que alguém paga para ver. Eu entendo que a crise obrigue a pausa para pipocas e sou sensível a que algumas bexigas possam procurar alívio sem perder parte do filme, mas com que seriedade ou concentração volto eu a um filme de ritmo frenético depois de ver alguém a palitar os dentes frente a um espelho ou a abanar-se um pouco mais diante de um urinol? O intervalo de 7 minutos é tão provinciano que chego a pensar estar na Marinha Grande e não no Colombo. É por essas e por outras que o cinema perde público de cinema íntegro. Nem em casa carrego na pausa de forma gratuita.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Duplo kiss-off bancário (Picardias? Ah! Picardias é na Caixa…)

Os conhecedores do planeamento urbano do lugar onde vivo contam com uma vantagem grande na leitura deste post.

Hoje envolvi-me em dois duelos de esgrima verbal quando fui até à Caixa para desistir de uma conta:

(enquanto usava o Multibanco exterior, Senhora Paranóica lança sobre mim olhar evidente de quem está incomodada com a minha proximidade)

Eu: Pode ficar descansada que eu não estou a olhar.
S.P.: Estou super-descansada! Super-descansada!
Eu: Não devia estar à espera que eu fosse até aos Correios para não ver a quantia de água que está a pagar…
S.P.: Não estou habituada a ter gente por perto. Hmpf!

(depois de mil entraves e de dar largas a uma atitude de semi-altivez, a balconista com pinta de Patti Smith termina o cancelamento, não sei antes tentar pescar o que me teria feito desistir da conta)

Eu:… devo também dizer que escolher o Scolari como figura publicitária da Caixa contribuiu para que eu desistisse da conta.
P.S.: Mas sabe uma coisa? Uma instituição é feito de pessoas e nem todas se qualificam nessa categoria.

(O meu contra-remate poderia elevar a parada, mas consenti a derrota na desconfiança silenciosa de que o Scolari é um burro, logo um animal, e de que a Patti Smith de balcão tinha afinal razão e que até consentia o meu argumento)

Paulo Cardoso prevê o horário nobre da rentrée de 2009 consultando as hit-lists de hoje

Acho imensa piada ao automatismo que leva um qualquer êxito de rádio de hoje a ser potencial título para uma novela de amanhã. As minhas previsões são tão viáveis como as de qualquer outro (e é para isso que servem os comments), mas adiantava-me já na sugestão de “Fazes muito mais que um sol” (para um drama familiar ocorrido em Marte em que o Rogério Samora batalhe pelo equilíbrio de uma família que a cada 15 dias vê partir um dos seus membros à mercê das doenças do planeta vermelho) ou “Nela te pinto nua” (para um registo biográfico centrado num pintor boémio com uma predilecção adúltera pelas vizinhas mais roliças do seu bairro do amor).

Cocó reciclado não deixa de ser cocó

Delirámos com o primeiro contacto com a trailer do “Olho Por Olho”, a nova aposta da TVI protagonizada pelo Paulo Pires (que mal consegue lidar com um só papel, quanto mais com vários disfarces…).

Eu de início achei até que fosse uma paródia, mas depois lembrei-me de que a ficção da TVI se leva demasiado a sério para alguma vez gozar consigo própria (embora nenhum produtor ou técnico seja muito capaz de falar off-the-record do seu emprego sem rir ao jeito de “Sim, fabricamos material descartável.”).

Reparei depois que o “Olho Por Olho” tinha um estilo altamente derivado d’ “O Santo” (que é um clássico enquanto série e uma monumental cagada enquanto filme com o Val Kilmer). A M. acrescentou muito acertadamente que o “Pretender” seria também óbvia inspiração (além de, em tempos, ter sido série-bandeira na estação). Ambos concluímos que o género do “espião dos mil disfarces” era a raiz de tudo aquilo, mas nem a seriedade do “brainstorm” nos impediu de rir à farta e ansiar pela próxima vez em que o teaser voltasse a ser transmitido.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A mais traiçoeira

A pronúncia que se usa na minha terra faz com que algumas frases em português sejam ainda mais traiçoeiras. É por isso que, num jantar de família, eu não arrisco a repetir uma frase ambígua que me saiu por acidente (sobre a crise alimentar na China):

Coitados dos chineses que agora nem podem comer Sneakers...

(eu bem gostava de manter o nível neste blog, mas, na minha terra, Sneakers diz-se "che-ni-cas". Culpem a tradição linguística e não o panda.)