quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Reencarnacão

Tinha apenas uns 11 ou 12 anos quando, pela primeira vez, questionei a reencarnação, com a seriedade possível nessa idade. Um colega de escola tinha falecido há uns dias e eu estava sentado no Jogo da Bola com dois ou três amigos. A praça estava cheia de miúdos e, por coincidência ou não, um cão rafeiro aproximou-se do nosso grupo, que contava com os rapazes que conheciam o tal colega falecido. O Jorge disse qualquer coisa como:”Repara em como o cão veio direitinho a nós. Pode ser ele.”

Dirigia-me hoje até casa para almoço, quando um cão de olhos bem vivos, depois de tentar trepar um canteiro, sentou-se parado a olhar para mim e a ladrar. Não me chateou tanto quanto isso. Meti a chave à porta e o cão, no topo da rua, não descolava o olhar. O meu ímpeto mais infantil fez com que, no limite da paciência, chegasse a mão às calças, ao bom jeito do Michael Jackson no videoclip “Bad”, e dirigisse ao cão um gesto tipo “Olha, morde aqui!”. Entre o abrir e o fechar da porta, incomodou-me depois um pouco pensar na hipótese de ter sido um familiar meu a reparar que pouco mudou desde que nos separámos.

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