sábado, 11 de outubro de 2008

Tempo para arrancar milho dos dentes

Ontem fui ao cinema com a selecção clássica de amigos para ver o “Destruir depois de ler”, o novo dos Coen que vale a pena nem que seja por um par de gags bombásticos e por ser mais um bom capítulo na enciclopédia que os irmãos vão escrevendo sobre a ciência dos “loosers” (como o M. frisou à saída, não existem “loosers” como estes).

Curiosamente, o momento de maior non-sense no filme é mesmo o intervalo de 7 minutos que a Lusomundo decide instalar num filme que dura pouco menos de hora e meia, com a agravante de, durante o mesmo, ser exibida uma trailer do novo James Bond (que, à partida, me parece tão merdoso como todos os outros), o que quebra toda a continuidade e ambiente dos primeiros 45 minutos do filme que alguém paga para ver. Eu entendo que a crise obrigue a pausa para pipocas e sou sensível a que algumas bexigas possam procurar alívio sem perder parte do filme, mas com que seriedade ou concentração volto eu a um filme de ritmo frenético depois de ver alguém a palitar os dentes frente a um espelho ou a abanar-se um pouco mais diante de um urinol? O intervalo de 7 minutos é tão provinciano que chego a pensar estar na Marinha Grande e não no Colombo. É por essas e por outras que o cinema perde público de cinema íntegro. Nem em casa carrego na pausa de forma gratuita.

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