sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Rewind, Button, rewind!

Sim, toda a gente parece já saber que o “Estranho Caso de Benjamim Button” é basicamente o “Forrest Gump” invertido. As semelhanças são tantas que eu teria de mudar o nome do meu blog se as nomeasse a todas. A narração também é decalcada ao “Titanic”. Bem, à parte do encadeamento de cenas cliché para Academia ver, o filme é muito chato e esgota-se em 35 minutos. Em certas alturas, o conceito quase parece pertencer a uma das três histórias num episódio de Halloween d’ Os Simpsons onde vale tudo. No “Benjamin Button” quase nada vale. Na verdade, achei a Cate Blanchett mais bonita do que o habitual. Uma vez mais volto para a casa com a sensação de que fui aldrabado e com as propostas habituais para reflexão à consideração de mais um filme muito bera. Passo a expor:

- Eu até acho que o Brad Pitt fica muito bem a imitar o Steven McQueen nas cenas em que anda de mota, mas o filme não inclui cenas de sexo porque a nudez do Brad Pitt seria sempre pretexto fatal para eclipsar toda a relevância daquele e de qualquer filme? É o código de interesse da impressa cor-de-rosa que agora dita a edição dos filmes?

- Será que o filme resultaria muito pior se fosse realizado pelo Ron Howard e protagonizado pelo John Travolta, como chegou a estar planeado? Fosse assim e a pastelice não surpreenderia assim tanto…

- Os primeiros filmes do David Fincher assim eram – energéticos e rebeldes – só por efeito da tesão do mijo? Não era este gajo que há uns anos ia realizar uns filmes de porno gay? Antes fosse…

- Um cameo do Maddox não era crucial para tornar esmagadora a pretensão de “tearjerker” desta merda?

- A fórmula para atrair Óscares tem de passar sempre pela equação Três Actores Britânicos + Um Consagrado Americano?

- Ninguém se lembrou de um Michael Caine a inalar éter sofregamente e a repetir muito solenemente “Good Night, Benjamin.” , “Good Night, Daisy.”? As cenas do relâmpago não são directamente decalcadas ao “Magnolia”? Não é o mais preguiçoso mecanismo de “comic relief” que viram num filme nos últimos três anos?

- É normal um filme encadear um reencontro entre os protagonistas amorosos passando, em 3 minutos, de um “Olá, tudo bem? Bora jantar.” a uma dança em que ela praticamente suplica por ser pinocada enquanto dança junto à fonte? Aquele Capitão Mike não era o Gary Sinise com tatuagens? O personagem da Tilda Switon não é estupidamente unidimensional? Toda a proporção Michael Bay da cena do submarino não é perfeitamente ridícula? Foda-se, o Brad Pitt não tem melhor que fazer em casa?

- Pontos também para a metade masculina do casal que, na fila de trás, honrava o começo das cenas mais quentes (dois beijos e uma porta fechada) com um “Ai Jesus!” ou o choque por parte da Daisy ao reencontrar o Benjamin mais novo com um “Agora é que ela se passa…”. Obrigado por esse Comentário do Casal. Tornou menos dolorosas as últimas duas horas de filme.

P.S.: Acredito que a Lusomundo tenha também os seus limites de orçamento, mas misturar venda de pipocas com a venda de bilhetes é coisa que nunca se viu. São absurdos os 10 minutos de fila para ir levantar bilhetes, quando perdidos atrás de uma família de betos indecisos entre Sprite e Coca-Cola zero.

2 comentários:

Hugo Rocha Pereira disse...

Errata: onde se lê “Ai meu Deus!” dever-se-á ler "Ai Jasus!".

Anónimo disse...

Tem toda a razão, caro HR. A correcção já foi feita. O "Ai Jesus!" foi suficientemente expressivo para que eu não me esquecesse, mas posts na madrugada é assim...