terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Tinhas-me assim que puxaste desse cigarro com a pinta arrogante de quem me vai roubar o sono durante uma quantidade indesejável de noites

Gosto muito daquelas cenas nos filmes em que uma sonsa tipo Renée Zellwegger ou Reese Witherspon confortam o espalhafatoso herói romântico com um:

“You had me as soon as you talked about your cat.”
“You had me at that trick with the donuts.”

Ou seja, estava rendida ao teu charme assim que me alcançaste a chave do carro depois de cair no chão, como frase de recurso para rematar um mal-entendido em que o trapalhão acaba por questionar se não estaria agora condenado na aspiração de interagir amigavelmente com a sonsa e – quem sabe? – ir às compras numa mercearia sem nada de essencial.

Bem sei que não é muito original o feitiço que me afecta, mas, em cada um dos últimos três filmes do Woody Allen com a Scarlett Johansson, ela tinha-me assim que surge em cena. Eu não estava assim tão preparado para gostar do “Scoop” (o Hugh Jackman afasta-me de qualquer filme excepto o “X-Men”), mas aquela pose de jornalista ingénua teve-me em instantes. O narrador fala no “Vicky Cristina Barcelona” e aquilo parece-me muito “Morgan Freeman”, mas a Cristina tem-me logo a caminho da Catalunha (e depois ainda mais quando instrui o Juan em relação ao que deve fazer quando ela entrar no quarto).

É a banal verdade que me persegue: a Scarlett tem-me.

Sem comentários: